Archives
D | S | T | Q | Q | S | S |
---|---|---|---|---|---|---|
« jan | mar » | |||||
1 | 2 | 3 | 4 | |||
5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 |
12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 |
19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25 |
26 | 27 | 28 |
Regras demais na amamentação só atrapalham!
Compartilhando…
O Post de hoje é um compartilhamento de um texto sensível e esclarecedor sobre amamentação e as incontáveis normas e informações que cercam as mamães. Boa leitura!
Regras demais na amamentação só atrapalham!
Tenho me deparado diariamente com mães que apresentam muitas dúvidas sobre técnica de amamentação: quantos minutos deve deixar o bebê mamar, se deve oferecer uma mama ou ambas, se são necessárias várias mamadas do mesmo lado para realmente esvaziar a mama, de quantas em quantas horas os bebês precisam mamar, se eles precisam arrotar, se eles podem ficar no colo, quantos minutos…. são muitas questões que abalam o emocional da mãe, que acredita não ser boa o suficiente se não fizer tudo nos mínimos detalhes.
Antes da interferência da indústria de fórmulas e bicos artificiais, as mulheres amamentavam e não apresentavam tantos problemas e dificuldades como verificamos hoje. Elas seguiam muito mais seus instintos e estavam tranquilas para darem atenção aos sinais de seus bebês. Não havia pessoas em volta para dar dicas e sugestões, muitas vezes tão diferentes e até contraditórias. Sua avó havia amamentado, sua mãe também, e assim tudo seguia em paz. A mulher contava com rede de apoio familiar, especialmente das mulheres, que auxiliavam nos cuidados com o bebê.
Nosso tempo é muito diferente: as mulheres pouco tiveram acesso a outras mães amamentando, como sua própria mãe ou avó; a rede de apoio ficou escassa e muitas vezes a mulher necessita de ajudantes contratadas; ela precisa voltar ao trabalho, as informações estão disponíveis na internet, em livros, em artigos de revistas e em todo tipo de pessoas que entrem em contato com ela: profissionais, outras mães, familiares e cada um fala uma coisa. É muito angustiante para a mulher conseguir discernir qual a orientação correta, como proceder para ser uma boa mãe. Essa é a maior auto cobrança da mulher.
Tive pacientes que adotaram um caderno para anotar o lado, os minutos e os intervalos de mamadas, quantas vezes o bebê havia evacuado, urinado, vomitado, etc. O pior é que isso confunde e deixa a mãe extremamente ansiosa, preocupada, insegura.
Para uma amamentação bem-sucedida, é necessário que a mãe e o bebê estejam em sintonia, contato, a mãe tenha condições para dar atenção aos sinais do bebê, e assim responder às suas necessidades. Para isso, é importante que ela saiba que não há regras fixas e rígidas na amamentação. O importante é deixar fluir a relação entre ambos, dar tempo para o bebê aprender a mamar e para a mãe aprender a interpretar os sinais de seu filho.
Dessa forma, minha recomendação é para não se fixar em tempos, durações, prazos ou intervalos. Algumas dicas para a mãe ficar mais tranquila:
– Se seu bebê mama de um lado e fica satisfeito, é disso que ele precisa; se ele mama de um lado e mostra sinais de que ainda necessita de leite, ofereça o outro lado.
– O bebê chora por várias razões e não apenas por fome; se ele mamou, verifique outras questões (frio, calor, desconforto, sono, necessidade de contato).
– O choro excessivo, que não cessa quando a mãe supre suas necessidades, requer diagnóstico e tratamento médico. Se seu bebê mudou de comportamento e você não compreende a causa, faça uma consulta.
– Deixe o bebê ditar, no início, os horários que quer mamar; isso é livre demanda! Quando ele tem fome, acorda e chora. Não acorde seu bebê desnecessariamente (a menos que haja indicação profissional para tal, como por exemplo quando ele não está ganhando peso). Deixe-o dormir o que necessita, pois o sono tão importante para o desenvolvimento quanto o alimento.
– Deixe-o mamar por quanto tempo desejar. No início os bebês mamam com maior frequência e podem ficar mais tempo mamando, tanto para aumentar a produção de leite quanto porque estão aprendendo a sugar; com o passar dos meses, a produção se adapta às suas necessidades e o padrão de sucção está mais maduro, então ele pode começar a mamar por poucos minutos. Se ele está ganhando peso, com bom padrão de sono, com urina frequente e clara e bom desenvolvimento, não há necessidade de forçá-lo a mamar por mais tempo.
– Você pode colocá-lo para arrotar no colo, mas o bebê amamentado não necessariamente arrota, pois deglute menos ar (ou nenhum). Se ele está calmo e bem, pode ficar tranquila.
– Não precisa pesá-lo compulsivamente: se ele está com boa pega, extraindo leite, com urina frequente, fezes amareladas, tranquilo, ativo e não está doente, a pesagem pode ser realizada mensalmente (salvo em casos de perda ou manutenção do peso, situação em que o médico fará acompanhamento mais frequente).
Essas são apenas algumas dicas para transformar a maternidade e a amamentação em algo mais leve, prazeroso e tranquilo. Procure ajuda de um profissional qualificado caso haja dúvidas, mas deixe-se guiar pela sua compreensão e conhecimento do seu bebê!
Fonte: Prolactare.com (http://prolactare.com/amamentacao/regras-demais-na-amamentacao-so-atrapalham)